26 de abril de 2012

A ESCOLA


"Não podemos negar que a escola não deu aos seus alunos todas as possibilidades que lhes devia dar, desprezou os mal dotados, obrigou-os a actos ou tarefas que lhes depuseram na alma as primeiras sementes do despeito ou da revolta, lhes deu, pelo quase exclusivo cuidado que votou ao saber, deixando na sombra o que é o mais importante — formação do carácter e desenvolvimento da inteligência —, todas as condições para virem a ser o que são agora; se não saíram da escola com amor à escola, a culpa não é deles, mas da escola. Acresce ainda que, lançados na vida, a escola nunca mais procurou atraí-los, nunca mais foi ao encontro dos seus antigos alunos, para lhes aumentar a cultura, os informar e esclarecer sobre novas orientações de espírito, para lhes pedir a sua colaboração, o seu interesse na educação das gerações mais moças. Houve um corte de relações, quando a sua manutenção poderia ainda de algum modo apagar as más lembranças que os alunos levavam. Que admira que sintamos agora à nossa volta paixão e rancor? Tivemo-los nas nossas mãos e não fizemos por eles tudo quanto podíamos, mesmo com as possibilidades económicas e pedagógicas de que nos cercara o meio; em nós temos de reconhecer o principal defeito; por consequência, também em nós a principal causa do ataque".
Agostinho da Silva

ACONTECEU

25 de abril de 2012

AGARREM!


VEM AÍ A LIBERDADE!


     Revolução
 
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta

Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício

 Como a voz do mar
Interior de um povo

Como página em branco
Onde o poema emerge

Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação

Sophia de Mello Breyner Andersen, Obra Poética, Caminho, Lisboa, 1991.

 

ACONTECEU

23 de abril de 2012

NA SALA

A aula é um espaço tempo de convivência, de construção de redes interpessoais. A gestão destas redes e a natureza do trabalho que se desencadeia neste lugar configura o clima de aula, variável central nos processos de aprendizagem. Para além destas relações, há também a relação intrapessoal, da pessoa consigo mesmo. Como se vê, como se sente, como se dispõe para ser e estar. Qual o grau de autoconfiança e autoestima. Esta rede inter e intrapessoal é algo de central na construção da aula.
A aula é um processo de concentração nas atividades desenvolvidas. O ruído, o barulho, a fala a despropósito, a dispersão são fatores que impedem a aprendizagem.
A aula é um processo de captação e manutenção da atenção.

A aula é um processo de implicação e gestão das motivações. O que obriga à proximidade, à escuta, à reconstrução do sentido do que se faz.

A aula é um espaço tempo de realização de atividades académicas que visam a consecução de diversas metas de aprendizagem cognitiva (conteúdos, competências, saberes de diferente natureza). Estes resultados são consequência das redes de convivência, da concentração, da atenção, e das motivações.

NÓS NO MUNDO

ACONTECEU