Todos sabemos que, por convicção,
para um liberal no Estado tudo, ou quase tudo, é excedentário. O papel do
Estado reduz-se à supervisão e regulação… Este minimalismo, não respeita nada,
nem ninguém. É a negação pura e simples do Estado social e solidário. É a negação
da própria essência de Estado, tal como ele tem sido percecionado à luz da
construção de uma Europa solidária na sua matriz identitária. Ora, quando o governo português “encomenda” ao FMI um “manual” de instruções para governar está a dizer-nos que aceita que outros definam o nosso destino coletivo. Isso é
insuportável e inadmissível… Começa a chegar a hora de perder a paciência!
Parece que estamos a falar de um relatório elaborado pelo Governo! Não é do Governo; é do FMI.
ResponderEliminarAgora, pensar que tudo pode continuar como está (um Estado feito "monstro", cheio de gorduras e, ainda por cima, ineficente) é apenas defender a receita dos últimos governos.
Há que reformar o Estado, tornando-o mais eficaz e melhor prestador de serviços. Mas, isso não quer dizer que sigamos as propostas do FMI. Longe disso...
Agora, todos sabemos como funciona a política: o FMI coloca a fasquia bem alta para depois o Governo ter margem para cortar qualquer coisa (os cortes são inevitáveis; talvez 10% dos cortes propostos) e, deste modo, o Governo fica bem visto: cortou, mas não da forma como o FMI propôs. Como diz o outro: é a política!
Bem pior é a postura de avestruz do PS: recusa o debate e não avança com qualquer proposta concreta.
Muito bem! O FMI não faz relatórios para se entreter. Alguém lho pediu...Como diz um tal de Moedas é um "Relatório muito bem feito"! Um menu de destruição da coesão social. Não vi ninguém à direita, à esquerda ou na sociedade civil, à exceção do tal Moedas, que o defenda! Por outro lado, tanto quanto sei somos um país soberano com uma Constituição e órgãos políticos legitimamente eleitos. Enquanto cidadão, sem falsos patriotismos, não aceito ser governado a partir de Bruxelas ou Nova Iorque.Portugal não fica no Corno de África para sermos governados por um qualquer Salassie! O FMI mostra com esta nova "receita" o seu próprio falhanço com todas as medidas recessivas que já impôs na nossa economia. Longe vai o PEC IV e os "pecados" de Sócrates. Alíás perdi a conta aos PEC! Vamos de PEC em PEC até!?
ResponderEliminarPor cá, há situações em que importava atuar para que possamos coletivamente ultrapassar a crise e melhorar a eficiência enquanto estado soberano:
1. Diminuir a corrupção, pois países mais corruptos têm mais dificuldades nas contas públicas;
2. Em Portugal, quem negoceia em nome do Estado, negoceia em nome dos privados, isto tem que acabar;
3. Praticamente todos os ex-ministros de referência das grandes obras públicas trabalham agora para empresas ligadas às PPP, não pode acontecer;
4. O tráfico de influências e a gestão danosa são praticamente impossíveis de provar em Portugal, temos que legislar para penalizar;
5. Há negócios imobiliários, por vezes com a conivência de autarcas, que garantem margens na ordem dos 900%...;
6. Fundos imobiliários estão isentos de IMI. Há grupos económicos conseguem definir política fiscal do Estado, o Estado não pode estar refém desta gente;
7. Uma parte significativa dos deputados portugueses, de membros do governo e do Banco de Portugal está ligada a sociedades de advogados, banca e grandes grupos portugueses e por isso gerem os interesses de quem????;
9. Continua a não haver uma lei eficaz que puna o enriquecimento ilícito;
10. Porque não se recupera o dinheiro do BPN (via Parvalorem) e confiscam as fortunas feitas à custa da corrupção.??????;
11. Acabar com muitas das exageradas mordomias da classe política (Ajudas de custo; automóveis...);
12. Estabelecer limites ao valor das reformas;
13. Impedir acumulações salariais acima do valor do vencimento presidente da República;
ETC.....
Concordo com as tuas propostas.
ResponderEliminarMas, toma atenção. Os cortes a efectivar não serão os apresentados pelo FMI, mas que vai continuar a haver austeridade na Função Pública isso é mais que certo:
- a agregação de escolas irá continuar;
- o número de docentes contratados irá outra vez diminuir;
- haverá extinção de algumas repartições de finanças;
- os tribunais continuarão a ser redimensionados;
- haverá cortes na saúde, na segurança e nos militares...
Aposto na aplicação de uma décima parte daquilo que o FMI propõe...
E o PS, continuará à margem do debate? Até o PCP e o BE apresentam ideias!